terça-feira, 12 de agosto de 2014

Ora bem, cá estou mais uma vez.

 Já há um bocado bom que não mergulhava...

Mas isso não é desculpa para não ir colocando alguns exemplares destes animais tão FIXES!


 Assim, hoje é o dia da Doriopsilla areolata


A nossa Doriopsilla é um bichinho interessante. É um dorídeo, de coloração que pode variar entre o branco e o laranja, com especial predominância nos tons amarelados.



Chega a ver-se num fundo arenoso, mas na maioria do tempo prefere paredes rochosas e encontro-as muitas vezes nas zonas de sombra.





 São comparativamente a outros nudibrânquios, uns gigantes, chegando a ser comum ver exemplares com cerca de 3 e 4 cm de comprimento.

sábado, 7 de setembro de 2013

Elysia viridis

Olá pessoal!  Hoje trago-vos um ser muito especial. Embora seja uma lesma-do-mar, não é de facto um Nudibrânquio. Este pequeno ser é sim um Sacoglossa.

Os Sacoglossa são uma clade de pequenas lesmas-do-mar, moluscos gastrópodes marinhos que pertencem à clade Heterobranchia.
Eles "comem" a seiva de algas. 


Alguns simplesmente digerem a seiva que sugam das algas, mas em algumas espécies, como esta que vos mostro aqui, acontece que "roubam" umas células especiais chamadas cloroplastos e absorvem-nas, utilizando-as como suas. Isto é chamado cleptoplastia.

E porque é que é tão especial?

Porque elas fazem a fotossíntese!!! Sim, tal como as plantas :)
Ao roubarem os cloroplastos às algas verdes e ao absorvê-los a nível celular, elas conseguem aproveitar a transformação da luz Solar em energia, a fotossíntese, em proveito próprio e chegam a estar duas semanas sem comer, vivendo apenas de luz.

Já sabes, quando os teus professores de ciências da natureza ou de biologia falarem que a fotossíntese é algo específico das plantas, fala-lhes da Elysia viridis.

Não lhe chames "Elisa"... essas não costumam fazer a fotossíntese! :)



Encontras estes pequenos seres agarrados a uma alga chamada Codium (a que vez ali na fotografia), presente muitas vezes na praia, nas zonas que fica exposta na maré baixa. Essa zona é chamada Intertidal, por ficar entre marés.

Espreita, vai procurar. São difíceis de ver, porque a maior parte das vezes estão verdes, como as algas, e não rosadas como esta que, tadinha, já deveria ter fome de cloroplastos :)

Até logo!









segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Polycera faeroensis


Ora cá estou eu outra vez para vos trazer mais um destes pequenitos seres que vivem nas águas do nosso bonito país.

Há pouco mais de um ano falei desta espécie, quando apresentei a outra do mesmo género, Polycera quadrilineata, mas na altura não tinha nada de jeito para mostrar.

Desta vez, é também uma Polycera, mas a espécie... essa tem um nome muito giro: faeroensis!

(Mas não têm nada a ver com os faraós do Egipto. O seu nome deriva, ao que sei, de terem sido originalmente descritos nas ilhas Faroé,  localizadas no Atlântico Norte entre a Escócia e a Islândia.)

Polycera faeroensis

 


Este nosso amigo pode crescer até aos 45mm (que enorme!!!) e tem por base uma coloração branca transparente.

Fotografá-lo é muito difícil, porque o branco normalmente reflecte muito e para se apanhar bem o branco, tudo o resto fica escuro... mas com algum trabalho, consegue-se.

Este nudibrânquio tem rinóforos brancos com pontas amareladas e também as suas brânquias têm a ponta amarela.

De cada lado das brânquias têm um processo amarelo também, que nos indivíduos mais velhos e maiores pode vir a ficar achatado e apresentar pontilhados.

Os processos orais, os tentáculos propodiais e as brânquias também apresentam pigmentação amarela.
Parece que adoram uma género de briozoários denominado Crisia  como a Crisia eburnea, que temos cá, segundo o que pode ser visto aqui.

Pensa-se que também se possam alimentar de outro género de briozoários, Bugula .

Bem, até à próxima e já sabes: Atenção na praia! Eles "andam aí"!!!






 




terça-feira, 26 de março de 2013

Aplysia punctata

Olá olá.
Depois de uns mesitos sem ir à água, este fim de semana que passou achei a espécie ideal para vos mostrar.

Desta vez não vos trago uma "lesma" do mar mas sim uma LEBRE do mar.
Encontrei-o a uns 12 metros de profundidade, em Sesimbra, junto ao molhe da marina.


É a Aplysia punctata.

Na realidade é também um nudibrânquio mas este pertence a uma família (Aplysiidae) que tem umas características diferentes. Uma delas é o método de defesa, que possui, parecido com o dos polvos: Quando se sente ameaçado, pode libertar tinta para impedir o atacante de ver para onde foge.

Ou para o ver, de todo, já que a nossa Aplysia puntacta é, na realidade, uma lesma, não uma lebre, no que toca a "correr.

O curioso é que esta defesa ocorre mediada por sinapses eléctricas, que permitem que vários neurónios disparem de maneira sincronizada(Kandel et al., 2000).

De qualquer forma podes ver que o seu tamanho é algo maior do que o que tenho mostrado por aqui.

Mas tem um ar simpático e é realmente um animal muito giro de se ver:
Já agora... chamam-lhe lebre porque os seus rinóforos (lembras-te o que são?) parecem duas orelhas de lebre, por cima e por trás dos olhos, bem visíveis nesta espécie! :)



Até para a semana!

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Polycera quadrilineata

Olá olá.


Ora cá estamos nós outra vez para dar a conhecer um dos mais bonitos nudibrânquios da nossa costa.
É branco e amarelo, com uma certa transparência... sabes como se chama?

Isso mesmo:
Polycera quadrilineata



Este nosso amigo alimenta-se de várias espécies de briozoários


A sua cor varia entre um branco transparente e o cinza ou castanho

No manto apresenta sempre pontos ou pequenas linhas amarelas 
À frente existem 4 pequenos "tentáculos" que não são tentáculos. A estes chamamos "processos". Neste caso, são processos orais, porque estão junto à boca e ajudam na captura e ingestão dos alimentos.
Estes processos orais, nesta espécie são amarelos.







Já agora, há outra espécie parecida: Polycera faeroensis... mas podem ver a diferença logo pelo processos orais. Esta espécie tem 4, a Polycera faeroensis tem pelo menos 6.


Apesar de se alimentar de briozoários, estes animaizinhos podem ser vistos a baixa profundidade em cima duma alga verde chamada Codium, como a que está nas fotografias.


Bem, amigos, não se esqueçam... estas vêem-se bem nas algas por causa do contraste :)
E decorem o seu nome:



Polycera quadrilineata




quinta-feira, 19 de julho de 2012

Felimare villafranca


Desta vez venho mostrar-te uma espécie bastante comum nas águas de Portugal.



 Chama-se Felimare villafranca (Risso, 1818) mas não tem nada a ver com Vila Franca de Xira! :)

É comprido (diz que pode atingir até 5,5cm, mas eu "acho" que já vi com bem mais).













Apresenta o manto azul (por vezes anil) com várias riscas ao longo do mesmo de cor branca e/ou amareladas.







Tem uma risca ao longo do rebordo das brânquias (as tais atrás que servem para respirar)  e outra em forma de Y ao contrário "atrás" de cada rinóforo (as tais coisas à frente por onde o nosso amigo cheira a comida).





Os ovos desta espécie são relativamente grandes e as posturas apresentam espaçamentos notavelmente maiores que as de outros.




Mas não penses em fazer omeletes com eles! Não prestam para comer.

Daqui estes pequenos seres nascem como larvas ainda com uma concha. Mas são microscópicos e irão fazer parte do plancton.

Depois crescem, perdem a concha e ficam lindos.



Apesar de ser extremamente comum nas nossas águas ainda é das espécies mais bonitas e coloridas que temos.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Crimora papillata

Então desta vez, vai ser uma coisa diferente. Porquê? porque só tenho UMA fotografia... e nem por isso muito boa.

Mas depois procuras no google e verás imagens muito giras :)

Ora bem, agora vou falar-te da Crimora papillata é uma espécie muito gira de ver. A da foto encontrei-a a 8 metros de profundidade e pelo que sei... é dos que podes encontrar debaixo das rochas na tal zona intertidal, nas praias..

Ela alimenta-se de briozoários como Chartella papyracea, Flustra foliacea and Securiflustra securifrons.







O seu corpo é branco ou amarelado translúcido e mede até 3,5cm embora se vejam mais com cerca de até 2 cm e meio.

Tem uma série de pequenos tubérculos amarelados/alaranjados espalhados pelo corpo sendo que na orla que rodeia o manto concentram-se em grande número provocando como que uma linha tridimensional.

Estes pequenos tubérculos podem ser ramificados na ponta, especialmente os que se situam à frente.

As pontas dos rinóforos são pigmentadas de pontos laranjas ou amarelados :)

E pronto.. não há muito mais a dizer deste Crimora papillata


Até logoooooooo! :)